Pedro Gil
Vozes
Inês Almeida
Luís Pereira Coutinho
«(CD) Ernst Stolz: German Viola da Gamba Sonatas» © Direitos de autor reservados Appe ID (iTunes)
Hoje é dia três de abril, quarta-feira da oitava da Páscoa.
Com que palavras exprimiremos
o mistério transbordante e paradoxal
da Ressurreição do Senhor?
Concentra a tua atenção nos símbolos
que a liturgia cristã encontrou ao longo dos séculos:
a luz, que brilha na total escuridão;
a água, que da morte traduz a vida nova;
o pão, que reúne e alimenta os discípulos.
Permite que as palavras e os símbolos
do Tempo Pascal que vivemos
conduzam a tua oração e a tua imaginação.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Lucas.
Lc 24, 13-35
Dois dos discípulos de Jesus
iam a caminho duma povoação chamada Emaús (…).
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. (…).
Jesus aproximou-se deles e pôs-se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de o reconhecerem.
Ele perguntou-lhes:
«Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?»
Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu:
«Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?»
Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes
o entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel.
Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. (…).
Então Jesus disse-lhes:
«Homens sem inteligência e lentos de espírito
para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?»
Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas,
explicou-lhes em todas as Escrituras o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam,
Jesus fez menção de seguir para diante.
Mas eles convenceram-no a ficar, dizendo:
«Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite».
Jesus entrou e ficou com eles.
E quando se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção,
partiu-o e entregou-lho. (…)
Confessa que tens simpatia por estes dois homens, porque já estiveste como eles: desiludido, sem norte, a pensar que Deus te esqueceu ou que, pior ainda, promete muito e depois falha.
Deixa que Jesus se aproxime de ti e te explique como, afinal, foi bom que tudo fosse assim.
Os discípulos descobriram que aquele homem era Jesus, o Deus vivo, na fração do pão: o mesmo gesto da última Ceia e o mesmo gesto essencial de cada Missa.
Como vives cada Eucaristia? Reconheces Jesus?
Escuta novamente o Evangelho e acompanha estes discípulos no seu processo de reconhecimento interno de Jesus.
Estás a terminar este tempo de oração. Conversa com o Senhor sobre o que mais te tocou durante estes minutos. Fala-lhe do que mais precisas. E manifesta-lhe a tua disponibilidade para o escutares.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.